Por Horacio Soria e Juan Carlos Bustamante
Por Horacio Soria e Juan Carlos Bustamante
BUENOS AIRES (Reuters) – A Argentina, que luta contra um dos piores surtos de dengue no país nos últimos anos, está esterilizando mosquitos usando radiação que altera o DNA dos insetos antes de serem liberados na natureza.
O país registrou este ano mais de 41 mil casos da doença transmitida por mosquitos, muito acima do nível dos grandes surtos de 2020 e 2016, mostraram dados do governo.
“Esse mosquito, devido ao aumento da temperatura em nosso país e no mundo… consegue se espalhar mais. Sua população continua se deslocando cada vez mais para o sul”, disse a bióloga da Comissão Nacional de Energia Atômica (CNEA) Marianela Garcia Alba.
Como reação, os biólogos da CNEA vêm experimentando a esterilização por radiação desde 2016. Eles estão esterilizando 10 mil machos do mosquito por semana e pretendem aumentar para 500 mil. Eles esperam liberar o primeiro lote de machos esterilizados em novembro.
“Eles são esterilizados por energia ionizante e esses machos estéreis são soltos nos campos e quando se encontram com uma fêmea selvagem, seus filhotes não são viáveis”, disse Garcia Alba. “Dessa forma, com a liberação sucessiva desses machos, conseguiremos reduzir a população do mosquito vetor.”
A dengue é transmitida pela picada do mosquito aedes aegypti. Os sintomas incluem febre, dor nos olhos, cabeça, músculos e articulações, náuseas, vômitos e fadiga.
Técnicas semelhantes para esterilizar pragas usando a mesma radiação encontrada em raios-X têm sido utilizadas há décadas, ajudando os esforços globais para controlar doenças como chikungunya, dengue e Zika.
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