Anúncio
Anúncio

Bombardeios abalam capital do Sudão pelo terceiro dia; EUA pedem cessar-fogo

Por :
Reuters
Publicado: Apr 17, 2023, 12:34 GMT+00:00

Por Khalid Abdelaziz e Nafisa Eltahir CARTUM (Reuters) - Os Estados Unidos pediram nesta segunda-feira um cessar-fogo no Sudão, conforme a capital do país era bombardeada pelo terceiro dia em combates mortais entre facções militares rivais que ameaçam atrapalhar a mudança cambaleante no país da autocracia para o governo civil.

Fumaça sobe de incêndio na região do aeroporto de Cartum, no Sudão

Por Khalid Abdelaziz e Nafisa Eltahir

CARTUM (Reuters) – Os Estados Unidos pediram nesta segunda-feira um cessar-fogo no Sudão, conforme a capital do país era bombardeada pelo terceiro dia em combates mortais entre facções militares rivais que ameaçam atrapalhar a mudança cambaleante no país da autocracia para o governo civil.

Pelo menos 97 civis foram mortos e 365 feridos desde que os combates no Sudão começaram na manhã de sábado, de acordo com um balanço publicado pelo Comitê Central de Médicos Sudaneses, um grupo ativista. O governo não divulgou números.

Desde o início da segunda-feira, bombardeios e ataques aéreos foram ouvidos em Cartum por cerca de duas horas, antes que os ataques pesados diminuíssem, mas o fogo de artilharia continuava, disse um repórter da Reuters.

Os confrontos, que também se espalharam para outras partes do Sudão, são o primeiro surto de violência na capital nas últimas décadas e colocam as Forças Armadas contra o poderoso grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF). Os líderes dos dois lados ocupam as duas primeiras posições no conselho governante do Sudão.

Uma prolongada luta pelo poder aumenta o risco de o Sudão cair em uma guerra civil quatro anos depois que o autocrata Omar al-Bashir foi derrubado em um levante, além de prejudicar os esforços apoiados internacionalmente para iniciar uma transição civil que deveria ter sido assinada anteriormente este mês.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que um cessar-fogo imediato é necessário, afirmando que essa visão é compartilhada pela comunidade internacional.

“Há uma profunda preocupação compartilhada sobre os combates e a violência que estão acontecendo no Sudão — a ameaça que isso representa para os civis, que representa para a nação sudanesa e potencialmente representa até mesmo para a região”, disse Blinken à margem de reunião de ministros das Relações Exteriores do G7 no Japão.

Ele também pediu ao chefe do Exército sudanês, general Abdel Fattah al-Burhan, e ao líder do RSF, general Mohamed Hamdan Dagalo, que garantam a proteção dos civis.

Burhan dirige o conselho governante do Sudão e Dagalo, conhecido como Hemedti, é seu vice.

Usuários de mídia social relataram tiroteio pesado e artilharia em Cartum e houve alguns relatos de disparos na cidade de Omdurman, que fica do outro lado do rio Nilo a partir de Cartum.

O início dos combates no fim de semana seguiu-se ao aumento das tensões sobre a integração da RSF às Forças Armadas sudanesas. A discórdia sobre o cronograma atrasou a assinatura de um acordo apoiado internacionalmente com partidos políticos sobre a transição para a democracia após o golpe militar de 2021.

A violência ocorre durante o mês sagrado do Ramadã, quando os muçulmanos jejuam do amanhecer ao anoitecer.

O Programa Mundial de Alimentos da ONU disse no domingo que suspendeu temporariamente todas as operações em áreas atingidas pela fome no Sudão depois que três funcionários sudaneses foram mortos durante combates em Darfur do Norte e um avião do PMA foi atingido durante um tiroteio no aeroporto de Cartum.

Sobre o Autor

Reuterscontributor

A Reuters, o departamento de notícias e media da Thomson Reuters, é o maior fornecedor de notícias multimédia internacional do mundo, chegando a mais de mil milhões de pessoas todos os dias. A Reuters fornece notícias sobre negócios, financeiras, nacionais e internacionais de confiança a profissionais através dos computadores da Thomson Reuters, das organizações de meios de comunicação social mundiais, e diretamente aos consumidores na Reuters.com e através da Reuters TV.

Você achou esse artigo útil?

Anúncio