SÃO PAULO (Reuters) - A gangorra do dólar continuava nesta terça-feira, com a moeda norte-americana tomando fôlego na sessão vespertina após já ter oscilado entre perdas e ganhos, enquanto investidores tentavam equilibrar uma correção após a arrancada da véspera e o forte sinal de alta do dólar no exterior.
Por José de Castro
Às 15:04, o dólar à vista avançava 0,09%, a 5,2860 reais na venda, após tocar máxima intradiária de 5,3050 reais (+0,45%) por volta de 14h50. Na mínima, atingida pouco antes das 12h30, a moeda desceu a 5,2367 reais (-0,84%). A divisa já havia superado o nível psicológico de 5,30 reais ainda pela manhã.
No mercado futuro da B3, a valorização do dólar era mais intensa. O contrato futuro de primeiro vencimento subia 0,52%, a 5,2970 reais.
A distância entre as variações percentuais decorre de um descasamento de oscilações ocorrido na véspera. O dólar teve um rali no fim da tarde de segunda, o que fez a taxa no mercado à vista (que encerra às 17h) fechar em alta de 0,67%.
Posteriormente, contudo, a moeda começou a devolver parte dos ganhos nas operações no mercado futuro (que terminam às 18h). Com isso, no comparativo de último preço, o dólar futuro terminou em alta de apenas 0,12%, depois de subir 0,90% no pico da sessão.
Nesta sessão, portanto, o dólar à vista ajusta e “anda” menos que o futuro.
De toda forma, havia um viés de alta para o dólar nesta tarde e corroborado pelo ambiente externo, onde a moeda mostrava ganhos generalizados pela combinação entre aversão a risco (por China, receios sobre Covid-19 e balanços corporativos) e dados mais fortes da economia norte-americana –que poderiam acelerar o cronograma do banco central dos EUA de reduzir oferta de dinheiro barato.
Os mercados acompanhavam ainda declarações do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, neste momento, em outro ponto de atenção para o mercado, que na quarta-feira recebe a ata da última reunião de política monetária do BC norte-americano.
Aqui, o noticiário político-fiscal doméstico seguia inspirando cautela.
Permanecia o imbróglio em torno do texto da reforma do Imposto de Renda, que está previsto para ir à votação nesta tarde e que, para alguns no mercado, geraria perda de arrecadação do governo, um revés adicional à já delicada situação das contas públicas –elemento que há tempos tem mantido prêmio de risco na taxa de câmbio.
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