SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista não mostrava uma tendência clara nesta quinta-feira, com o Ibovespa já tendo oscilado nos campos negativo e positivo em meio a balanços corporativos trimestrais e decisão do Banco Central na véspera de aumentar o ritmo de alta da taxa básica de juros do país.
Por Paula Arend Laier
Às 12h, o Ibovespa caía 0,35%, a 105.994,66 pontos. Na máxima até o momento, chegou a subir a 107.019,70 pontos. Na mínima, caiu a 105.695,00 pontos.
Diante da deterioração do cenário fiscal, o BC promoveu uma alta de 1,5 ponto percentual na Selic na quarta-feira, ao patamar de 7,75% ao ano, numa tentativa de debelar as crescentes pressões inflacionárias. Em seu comunicado, indicou que deve repetir a dose em dezembro.
A bolsa tende a responder negativamente à perspectiva de juros mais altos no horizonte, entre outras razões, pelo efeito no custo de capital das empresas e potencial migração de recursos da renda variável para a renda fixa.
Desde a semana passada, vários bancos vinham revisando suas projeções para a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), com muitos já esperando o aumento de 1,5 ponto.
Ainda assim, para a equipe da Genial Investimentos, diante da decisão do governo de propor uma elevação do teto dos gastos e da perda da âncora fiscal daí decorrente, a decisão do BC foi “bastante tímida”.
“O aumento do risco fiscal e o comportamento dos preços dos ativos financeiros na última semana, desvalorização do real, aumento das taxas de juros e queda dos preços das ações, mostram que a credibilidade da política fiscal atingiu um nível crítico”, afirmou em nota a clientes.
Do ponto de vista gráfico, analistas do Itaú BBA afirmaram que se o Ibovespa perder o suporte em 106 mil pontos o movimento de baixa ganhará força em direção à mínima deixada na sexta-feira, em 102.850 pontos. Do lado da alta, precisará superar os 109.400 para retomar o movimento de recuperação.
DESTAQUES
– AMBEV ON avançava 7,3% após a fabricante de bebidas divulgar forte crescimento de receitas entre julho e setembro, quando atingiu os maiores volumes consolidados já registrados em um terceiro trimestre. Na máxima, a ação disparou quase 11%.
– BRF ON subia 4,9% em meio a especulações sobre potencial operação de fusão/aquisição envolvendo a Marfrig. O Bradesco BBI elevou a recomendação da ação para “outperform”, destacando entre outros fatores documento sobre a venda para a Marfrig de 3,8% do capital de um único acionista da BRF.
– DEXCO ON caía 4,5% após a fabricante de painéis de madeira, revestimentos e louças sanitárias reportar menor volume de vendas em suas principais divisões de negócios no terceiro trimestre, embora reajustes de preços tenham ajudado seu lucro no período.
– MULTIPLAN ON valorizava-se 3% tendo de pano de fundo lucro líquido de 99,4 milhões de reais no terceiro trimestre, com crescimento em vendas mesmas lojas na base ano a ano e trimestral e melhora na taxa de ocupação em seus shopings frente ao trimestre anterior.
– TELEFÔNICA BRASIL ON registrava acréscimo de 0,9% na esteira de lucro acima das expectativas do mercado no terceiro trimestre, uma vez que seguiu ampliando sua base de telefonia móvel e manteve os custos sob controle.
– VALE ON perdia 0,2% em sessão com queda dos futuros do minério de ferro na China. A mineradora anunciou retomada das atividades na mina de Onça Puma, bem como notificação da SEC sobre procedimentos contra a empresa envolvendo gestão no desastre de em Brumadinho.
– ITAÚ UNIBANCO PN cedia 1% e BRADESCO PN perdia 0,5%.
– PETROBRAS PN recuava 0,4% em sessão de fraqueza dos preços do petróleo no mercado externo.
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