Os preços do petróleo caíram abaixo da zona considerada suporte com a notícia de que Biden está tentando persuadir vários países a liberar reservas estratégicas da commodity.
A principal justificativa é o movimento do presidente dos EUA, Joe Biden, para que os países demandantes da commodity liberassem suas reservas estratégicas para tentar diminuir os preços.
Tal movimento ocorre meses depois de Biden ter seu pedido pegado para a OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados) aumentar a produção a fim de domar a alta do preço do petróleo.
A estratégia é motivada pela disparada dos preços da gasolina nos Estados Unidos, que subiram 60% desde o início do ano, e dos seus impactos na inflação do país.
De acordo com a Reuters, o governo Biden estendeu a mão para vários países, incluindo China, Índia, Coreia do Sul e Japão, instando-os a sincronizar a liberação de petróleo bruto de suas Reservas Estratégicas de Petróleo (SPRs) em uma tentativa de reduzir os preços globais da energia.
Biden e seus principais assessores discutiram a possibilidade de uma liberação coordenada de óleo armazenado com aliados próximos, incluindo Japão, Coréia do Sul e Índia, bem como com a China, nas últimas semanas, disseram as fontes.
Um funcionário do ministério da indústria japonês disse que os Estados Unidos solicitaram a cooperação de Tóquio para lidar com a alta dos preços do petróleo, mas ele não pôde confirmar se o pedido incluía liberações coordenadas de estoques.
Por lei, o Japão não pode usar as liberações de reserva para reduzir os preços, disse o funcionário.
O escritório de reservas estaduais da China disse que está trabalhando na liberação das reservas de petróleo bruto, embora se negue a comentar o pedido dos EUA.
Na Coreia do Sul, um oficial confirmou que os Estados Unidos pediram a Seul que liberasse algumas reservas de petróleo.
A última vez que os EUA e seus aliados coordenaram a liberação de reservas estratégicas de petróleo foi em 2011, durante uma guerra na Líbia, membro da OPEP.
Desde julho deste ano, o acordo dos membros da OPEP+ vêm aumentando a produção de petróleo em 400 mil barris por dia. As últimas decisões preveem que este aumento continue até pelo menos abril de 2022.
Esse aumento é insuficiente para a retomada do nível de produção anterior à crise da pandemia da Covid-19, quando o cartel decidiu por realizar uma forte restrição na oferta.
Em abril de 2020, com a forte queda da demanda, a OPEP+ decidiu por fazer um grande corte na produção, na faixa de 10 milhões de barris por dia.
Tales é Doutor em Economia pela UFRGS. Realiza pesquisas sobre economia institucional, macroeconomia, mercado financeiro, economia brasileira e desenvolvimento econômico, além de trabalhar com cursos de educação financeira.