Por David Shepardson WASHINGTON (Reuters) - A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) propôs nesta quarta-feira cortes radicais de emissões de poluentes para carros e caminhões novos até 2032, uma medida que o órgão diz que pode significar que dois em cada três novos veículos vendidos no país serão elétricos dentro de uma década.
Por David Shepardson
WASHINGTON (Reuters) – A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) propôs nesta quarta-feira cortes radicais de emissões de poluentes para carros e caminhões novos até 2032, uma medida que o órgão diz que pode significar que dois em cada três novos veículos vendidos no país serão elétricos dentro de uma década.
A proposta, se levada adiante, representa o plano de redução de emissões de veículos mais agressivo até hoje dos EUA, exigindo 13% de redução média anual na poluição. A EPA também está propondo novos padrões de emissões mais rígidos para caminhões médios e pesados até 2032.
A EPA projeta que as regras cortarão mais de 9 bilhões de toneladas de emissões de CO2 até 2055 – equivalente a mais do que o dobro das emissões totais do gás do país no ano passado.
A agência estima que os benefícios líquidos até 2055 da proposta variam de 850 bilhões a 1,6 trilhão de dólares. Em 2032, a proposta custará cerca de 1.200 dólares por veículo por fabricante, mas economizará para o proprietário do veículo mais de 9.000 dólares, em média, em custos de combustível, manutenção e reparo em um período de oito anos.
“Muito tem que dar certo para que esta mudança massiva – e sem precedentes – em nosso mercado automotivo e base industrial seja bem-sucedida”, disse John Bozzella, presidente-executivo da Alliance for Automotive Innovation, que representa montadoras como General Motors, Volkswagen
“Fatores fora do veículo, como infraestrutura de carregamento, cadeias de suprimentos, resiliência da rede elétrica, disponibilidade de combustíveis com baixo teor de carbono e minerais críticos determinarão se os padrões da EPA nesses níveis são alcançáveis.”
A proposta é mais ambiciosa do que a meta de 2021 do presidente norte-americano, Joe Biden, e que foi apoiada pelas montadoras. A proposta de Biden busca que 50% dos novos veículos até 2030 sejam elétricos ou híbridos plug-in. A Stellantis disse estar “surpresa que nenhuma das alternativas esteja alinhada com a meta anunciada anteriormente pelo presidente de 50% de veículos elétricos até 2030”.
A administração Biden não está propondo a proibição de veículos movidos a gasolina, mas quer comentários sobre se deve estender as regras de emissões até 2035 e sobre outras alternativas. Alguns grupos ambientais querem que a EPA estabeleça regras mais rígidas, especialmente para caminhões pesados.
“Esses padrões são muito ambiciosos e acompanham o senso de urgência que o presidente e este governo têm ao enfrentar a crise climática”, disse o administrador da EPA, Michael Regan, em entrevista à Reuters. Ele não comentou sobre eventual estabelecimento de uma data para encerrar a venda de veículos novos a gasolina e enfatizou que a proposta é um “padrão baseado em desempenho”.
De acordo com a proposta da EPA, as montadoras devem produzir 60% de veículos elétricos até 2030 e 67% até 2032 para atenderem aos requisitos. Em 2022, apenas 5,8% dos veículos vendidos nos EUA foram totalmente elétricos.
De acordo com a proposta, a EPA estima que 50% dos novos veículos vocacionais, como ônibus e caminhões de lixo, poderão ser elétricos até 2032, junto com 35% dos novos caminhões de carga de curta distância e 25% dos novos caminhões de carga de longa distância. As regras para veículos de médio porte são projetadas para reduzir as emissões em 44% em relação a 2026.
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