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Em discurso desafiador, crítico do Kremlin compara seu julgamento com a União Soviética de Stalin

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Reuters
Atualizado: Apr 10, 2023, 20:01 GMT+00:00

Por Andrew Osborn MOSCOU (Reuters) - Enfrentando até um quarto de século de prisão por acusações de traição que ele nega, o crítico do Kremlin Vladimir Kara-Murza disse a um tribunal de Moscou nesta segunda-feira que seu julgamento lembrava um dos "julgamentos-espetáculo" da era do líder Josef Stalin, na década de 1930, e disse que não fez nada de errado.

Yulia Galyamina e Vladimir Kara-Murza colocam flores no local do assassinato do político da oposição russa Boris Nemtsov durante celebração do 6º aniversário da morte de Nemtsov, no centro de Moscou

Por Andrew Osborn

MOSCOU (Reuters) – Enfrentando até um quarto de século de prisão por acusações de traição que ele nega, o crítico do Kremlin Vladimir Kara-Murza disse a um tribunal de Moscou nesta segunda-feira que seu julgamento lembrava um dos “julgamentos-espetáculo” da era do líder Josef Stalin, na década de 1930, e disse que não fez nada de errado.

Kara-Murza, 41, pai de três filhos e ex-jornalista que possui passaportes russo e britânico, passou anos como político se opondo ao presidente russo, Vladimir Putin, e fez lobby junto a governos e instituições estrangeiras pela imposição de sanções à Rússia e a russos individualmente por supostas violações de direitos humanos.

Promotores russos pediram na quinta-feira uma sentença de 25 anos de prisão para Kara-Murza, que eles acusam de traição e de desacreditar os militares russos depois que ele criticou o que Moscou chama de “operação militar especial” na Ucrânia.

Seu julgamento, que culminará em um veredito em 17 de abril, está sendo realizado a portas fechadas, mas uma cópia de seu discurso final ao tribunal na segunda-feira foi disponibilizada por sua esposa e advogado.

No discurso ele adotou um tom desafiador e se recusou a pedir ao tribunal que o absolvesse, afirmando que estava de pé e orgulhoso de tudo o que havia dito.

O ambiente atual, disse ele, não se parece tanto com os anos 1970 –um período em que o Estado enfrentou dissidentes soviéticos– quanto com os anos 1930, quando Stalin conduziu uma série de julgamentos e expurgos de seus oponentes.

“Para mim, como historiador, isso é motivo de reflexão”, disse Kara-Murza. “Os criminosos devem se arrepender do que fizeram. Eu, por outro lado, estou na prisão por minhas opiniões políticas. Também sei que chegará o dia em que a escuridão sobre nosso país se dissipará.”

(Reportagem de Andrew Osborn)

((Tradução Redação São Paulo)) REUTERS AC

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